Aos 82 anos, e com uma trajetória biográfica sempre independente, talvez para sustentar melhor a radicalidade de sua experimentação e os desafios que representa, o poeta e artista visual continua com seu mais ambicioso projeto artístico, a Enciclopédia Visual, algo cuja definição é mais secundária como resultado do que como processo, pois, não à toa, trata-se de uma grande quimera artística que, por sua multiplicidade de imagens/olhares/universos, converte a sua falta definitiva de contornos em uma verdadeira estrutura constitucional, fazendo desta obra de apropriação um “livro de livros”. Toda uma genealogia visual que se vincula com projetos de arquivo de imagens, como o Atlas de Mnemosine, do historiador Aby Warburg, e o Museu Imaginário, de André Malraux, pois ambos, cada um a seu modo, apostam na dialética do olhar através dos tempos, na fragmentação do relato para outra história das imagens. Depois dos volumes dos anos 1990 em seis livros-caixas, dedicados aos caligramas, representações pré-históricas, traçados astrológicos, escritas arcaicas, desenhos art noveau e silhuetas femininas, o ambicioso projeto de Wlademir Dias-Pino, organizado em títulos, assuntos e desdobramentos em cem itens e 100 mil imagens tratadas (colagens, fotocópias, intervenções, reproduções, impressões), enfrenta a exuberante complexidade e variedade do mundo da arte e da cultura por meio de uma curiosidade humanista multifocal.
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Wlademir Dias Pino http://dasartes.com/materias/a-arte-grafica-de-wlademir-dias-pino/ |
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